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Taquicardia ou ansiedade? Saiba como diferenciar

Sentir o coração acelerado de repente pode ser assustador. Muitas pessoas se perguntam: “Será que estou tendo uma crise de ansiedade ou é algo mais sério, como uma taquicardia (arritmia rápida)?”

Essa dúvida é muito comum, pois os sintomas das duas condições podem ser parecidos. O que poucos sabem é que, embora a ansiedade possa causar batimentos rápidos, nem toda taquicardia é emocional. E às vezes as taquicardias são paroxíticas (aparecem e desaparecem). E o paciente vai ao pronto-socorro e o eletrocardiograma é normal e o paciente é taxado como ansioso e ele pode ter tido uma taquicardia que reverteu e não deixou vestígios.

Diferenciar ansiedade de uma arritmia cardíaca é fundamental para garantir o tratamento correto e evitar complicações.

Neste artigo, o Dr. Eustáquio Ferreira, cardiologista e arritmologista, explica como identificar os sinais de alerta e quando procurar ajuda especializada.

Como diferenciar taquicardia e ansiedade?

A taquicardia é definida como um aumento da frequência cardíaca, geralmente acima de 100 batimentos por minuto em repouso. Ela pode ter causas físicas e orgânicas, como arritmias cardíacas, febre, anemia, desidratação, hipertiroidismo.

Já a ansiedade é uma resposta emocional do corpo a situações de estresse, medo ou preocupação. Em uma crise de ansiedade, o coração acelera como parte da reação natural de “luta ou fuga” do organismo, mesmo sem haver um perigo real.

A grande diferença está na causa e no padrão desses episódios. A taquicardia por arritmia comumente surge sem gatilhos emocionais evidentes, podendo começar e terminar de forma súbita, e muitas vezes vem acompanhada de tontura, falta de ar ou sensação de desmaio.

Na ansiedade, a pessoa geralmente percebe o início da crise com pensamentos acelerados, sudorese, respiração curta e sensação de medo iminente. O coração acelera, mas tende a normalizar com técnicas de respiração, distração ou uso de ansiolíticos (quando prescritos).

Sintomas mais comuns

Embora os sintomas possam se sobrepor, é importante observar o conjunto deles.

Veja os mais frequentes em cada caso:

Sintomas de taquicardia (arrítmica ou orgânica):

  • Batimentos cardíacos acelerados de forma súbita, irregulares ou tipo falha.
  • Palpitações fortes no peito
  • Tonturas podem ocorrer em alguns casos.
  • Falta de ar pode ocorrer
  • Dor no peito ocorre às vezes em taquicardias muito aceleradas e duradouras.
  • Sensação de desmaio ou desmaios recorrentes podem ocorrer e tornam o caso mais preocupante.

Sintomas de ansiedade:

  • Batimentos acelerados com sensação de “nó na garganta”
  • Sudorese nas mãos e no corpo, além de parestesias (dormências) e boca seca.
  • Respiração curta e rápida (hiperventilação)
  • Medo excessivo, sensação de morte iminente
  • Tensão muscular
  • Pensamentos acelerados ou catastróficos

Causas e fatores de risco

Taquicardia (arritmia) pode ser causada por:

  • Distúrbios elétricos do coração
  • Hipertireoidismo
  • Doenças cardíacas estruturais
  • Anemia
  • Desidratação
  • Uso de substâncias como cafeína, álcool ou drogas
  • Histórico familiar de arritmia cardíaca

Ansiedade pode ser desencadeada por:

  • Estresse crônico
  • Transtornos mentais (ansiedade generalizada, síndrome do pânico)
  • Uso de estimulantes
  • Problemas pessoais ou profissionais
  • Histórico de traumas psicológicos
  • Falta de sono ou excesso de responsabilidades

Importante: Algumas pessoas podem ter as duas condições ao mesmo tempo. É comum que uma pessoa com arritmia desenvolva ansiedade por medo de sentir os sintomas novamente. Da mesma forma, uma crise de ansiedade pode desencadear arritmias benignas.

Como é feito o diagnóstico

O primeiro passo para diferenciar taquicardia de ansiedade é consultar um cardiologista.

O diagnóstico envolve:

  • Avaliação clínica detalhada: histórico, padrão dos sintomas, gatilhos e duração dos episódios
  • Exame físico completo, principalmente a ausculta cardíaca com estetoscópio.
  • Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração e pode identificar essas arritmias embora às vezes por ser paroxística (que vem e vai) pode não aparecer no eletrocardiograma.
  • Holter 24 horas: monitora os batimentos cardíacos durante um dia inteiro e pode correlacionar os sintomas com o que se registra no traçado do exame.
  • Ecocardiograma: avalia a estrutura e funcionamento do coração, para determinar se existe gravidade, pois taquicardias em coração doente, geralmente são mais graves.
  • Exames laboratoriais: para descartar causas como anemia, distúrbios da tireoide ou alterações metabólicas

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de event recorders ou testes de esforço, dependendo da frequência dos episódios.

Se a avaliação cardiológica não identificar arritmias ou alterações cardíacas, pode ser recomendado o acompanhamento com um psiquiatra ou psicólogo, quando em forte suspeita de ansiedade generalizada ou transtorno do pânico. 

Tratamentos disponíveis

O tratamento depende da causa:

Quando é taquicardia cardíaca (orgânica):

  • Uso de medicações antiarrítmicas.
  • Controle de doenças de base (ex: hipertireoidismo, anemia, pressão alta)
  • Mudança de hábitos: reduzir estimulantes, principalmente bebidas energéticas ou termogênicos. Tentar interromper o tabagismo quando possível e controlar o estresse.

Em alguns casos, procedimentos como ablação por cateter podem ser indicados para tratamento de alguns casos de taquiarritmias.

Quando é ansiedade:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
  • Técnicas de respiração, meditação e mindfulness
  • Medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos (quando indicados)
  • Estilo de vida saudável: sono de qualidade, atividade física regular e alimentação equilibrada

Quando procurar ajuda

Você deve procurar ajuda médica se:

  • Os episódios de coração acelerado acontecem com frequência.
  • Você sente falta de ar, dor no peito, tontura ou desmaios
  • Os sintomas afetam sua qualidade de vida ou causam muito medo
  • Você já tem histórico de doenças cardíacas ou casos na família (principalmente se houver histórico de morte súbita em familiares abaixo de 55 anos – homens – ou abaixo de 65 anos – mulheres)
  • Não consegue identificar se os sintomas são emocionais ou físicos

Nunca ignore os sinais do seu corpo. Coração acelerado não é algo para normalizar.

Conclusão

Diferenciar taquicardia de ansiedade é um passo essencial para proteger sua saúde. Com os exames corretos e o olhar especializado de um cardiologista, é possível identificar a causa com precisão e iniciar o tratamento adequado.

👉 Se o seu coração está acelerado demais, marque uma consulta com o Dr. Eustáquio Ferreira, cardiologista em Brasília especialista em arritmias e doenças cardiovasculares.

Cuide de você com segurança e acolhimento.

📍 Atendimento na Asa Sul – Vecor Especialidades

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